Apenas um lugar para escapar....

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A temida hora do recomeço


“Tomorrow could be too late”, diria Dolores O'Riordan, cantora de The Cranberries. E eu ouvi isso várias vezes, até chegar o momento em que, de fato, fez sentido, ao menos pra mim. Aos 25 anos, não tenho mais paciência, tempo, desejo, necessidade de esperar por amanhã. E muito menos por um ano, ou mais. Ou é hoje, ou não é. Porque com todo mundo parece ser simples e fácil assim e comigo tem que ser enrolado, difícil e complicado de acontecer? Então, que não aconteça. Uma força maior impede e, certamente, me protege, desejando que isso não se concretize. E eu me reduzo aos meus 25 aninhos e deixo essa força agir, certa de que o melhor chegará para mim. Se não chegar o melhor, vem, novamente (rs), o pior, algumas experiências tenebrosas, umas lágrimas aqui, umas noites mal dormidas acolá. Mas muita, muita esperança. Vontade de viver. De superar. E, principalmente, de aprender. Com os meus erros, com o que insisto em fazer sem pensar, só sentindo. Infelizmente, o mundo é um pouquinho mais cruel do que nós pensamos/queremos/planejamos, e sentimentalismo é visto da maneira mais pejorativa possível. O negócio é ser racional, seco, frio, inabalável. Mas ‘quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?’ Ele pode ser cego, meio abestalhado, às vezes, e, inclusive, insistente, mas burro, não. Sabe exatamente o que quer, e porque quer. Geralmente, é difícil entender as escolhas do danado...parece que só escolhe o mais complexo e menos acessível. Menos disponível também, né? Mas se a gente pudesse mandar nele, perderia toda a graça, sentido e magia da coisa. Tem que sofrer um pouquinho, sentir o amargo do amor não-correspondido, a dor da espera que parece ser eterna. Só assim, acredito, quando aparecer o príncipe, que não virá em um cavalo branco, muito menos naqueles lindos trajes reais, saberemos dar a ele o devido valor. Até lá, vamos vivendo, com muita compaixão e, claro, com uma felicidade clandestina, mas sincera e real. Nada no mundo dos sonhos. Ilusão faz parte, mas precisa ter limite. Aliás, é uma das poucas coisas nesses jogos de amor que não pode ser ilimitada. Porque esperança, amor, carinho, saudade, vontade, paixão e fé, essas não podem ter hora nem lugar pra acabar. Precisam, de verdade, de uma longa estrada, linda, florida, ou de um terreno bem cuidado, para crescer e, assim, render bons frutos e sentimentos. Porque, como já diria um lindo texto que li um dia desses, amor é para poucos. Nem todo mundo consegue se entregar, gostar e amar, de fato, uma pessoa. E viver, eternamente, com um pé atrás não dá pra mim não. Repito: ou é ou não é. O tal do sentimentalismo exige radicalismo, e é assim que funciona. 

*Por Ariane Cruz

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