Apenas um lugar para escapar....

terça-feira, 16 de março de 2010

No tempo

Se é difícil conceituar um sentimento, por mais simplório que ele seja, imagine sentir. Sentir e não sentir, ou achar que sente sem sentir, ou querer sentir e não conseguir. De repente, sinto-me cercada por tantos ir... fugir, sorrir, mentir. O caminho só quem pode traçar sou eu, por mais clichê que isso possa parecer, faz sentido. Afinal, como andar com as pernas do seu melhor amigo? Não tem como. Por mais que ele, tantas vezes, tenha tentado te emprestar suas pernas para andar, o máximo que ele pode fazer é te empurrar para que você nunca pare de andar. Em frente, sempre. Olhar para trás é lembrança boa, um sorriso no canto da boca, uma saudade, um carinho, ou uma lição, um aprendizado. Tentar enxergar o futuro é arriscar, condenar, se amendrontar. E então como faremos? Como e onde viver? Presente. Bom quando é recebido... mas não é permitido olhar os dentes. Apenas aceitar e desfrutar. Acreditar que nada é por acaso. Se ele veio até você, existe um propósito, uma razão de ser. Razão esta que só saberemos lá...naquele tempo que parece distante, que nos afronta a cada minuto que passa, que é presente, futuro, presente, futuro. E onde entra o sentimento nessa história? Por vezes, se perde. Fica na saudade, na boa lembrança. Também pode acontecer dele perdurar...nascer e viver em nós, se confundindo entre o futuro e o presente. Presente? Certamente é onde estará o sentimento quente, vivo. Talvez venha um presente de grego. Mas o maior dos otimistas pensará: porque eu mereço um presente que veio de tão longe? E será feliz com ele. Saberá aproveitá-lo ao máximo, sem se importar como chegou até ele. Ficará apenas preocupado em curtir cada minuto com ele, em descobrir todas as sensações que ele é capaz de despertar. O pessimista? Ah, esse não tem jeito. O sentimento, para ele, não vem de sentir. Vem de mentir. Ou de mentir o sentir, depende do grau de pessimismo. Toda essa confusão de sentir, mentir, e ainda saber o tempo certo para não perder o ritmo, não é fácil. Nos confunde, tira noites de sono e lágrimas dos nossos olhos. Mas nos dá ânimo para viver e descobrir, e sorrir, e sair de si, e SENTIR. Este é o verdadeiro sentido da vida. Que nos move e comove a cada sentir e em todo tempo.
*Por Ariane Cruz