Apenas um lugar para escapar....

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ode à Tamarineira


Mãe, cadê a minha camisa de força?
Ok, agora aprendi. Não faço mais. Nunca mais. Não adianta, já sei como funciona. Já sei que vou quebrar a cara, ficar triste, chorar, bater no tatame, pedir penico, enfim, estilar. (Alguns dias, meses, depois) Diálogo: Amiga, conheci o homem da minha vida. Ele é lindo, educado, cavalheiro, simpático, trabalhador e tudo mais. Status: apaixonada, corajosa, e esquecida. É assim como todo mundo. O lado masculino deve ter um tipo padrão de ilusão de amor também, uma dessas que todo homem passa consciente. Querendo passar. Porque existe um brilho nos olhos, uma taquicardia no coração, uma loucura na mente de quem escolhe, e aceita, passar por tudo isso. Beira o masoquismo. Mas é um jogo que tem que ser jogado até o final para ver qual é. Mesmo sabendo que o ponto de chegada pode não ser onde gostaríamos que fosse. Faz parte. É o famoso ‘dar a cara à tapa’, também conhecido por ‘quem tem medo de cagar não come, chupa gelo’, entre outros pseudônimos para quem tem a coragem de um gladiador pra lutar por um amor (?) que talvez nem nasça, nem floresça, nem dê bons frutos. Mas só a atitude de querer semear é digna, e faz alguma coisa valer à pena. Ainda não descobri o que exatamente, mas deve ter um sentido para tanta insistência. E, em meio a tudo isso, do ponto de partida ao ponto de chegada, tem muito caminho. Muita casinha pra passar, muitos obstáculos, muitas ex’s, muitos, muitos traumas de amores passados para serem vencidos. E haja coração, de verdade, porque não é qualquer um que aguenta. Certeza que metade pendura a toalha antes mesmo de curtir a parte boa do jogo. Porém, como todos os bons jogos, esse também envolve muita estratégia, algumas armadilhas, muito planejamento e, às vezes, pouca concretização. Jogar, de fato, mano a mano, touch a touch, poucos se arriscam. Outros inventam de vestir armaduras e terminam entrando para o time dos desmascarados antes do ponto de chegada. No entanto, não deveria haver lados rivais. Só se estivermos falando, novamente, das indesejáveis ex-namoradas, peguetes, e etc. Mas, fora isso, qual o sentido de tanto jogo? Porque tanto cálculo para uma coisa que deveria ser tão simples? Qual a complicação, se não a que inventamos e mirabolamos nas nossas cabeças? A fórmula, a meu ver, é simples: eu quero + você quer = ficamos juntos. O resto, supera-se. Juntos também. Se houver vontade e, além disso, boa vontade, tudo é resolvido e torna-se muito mais fácil. Mas, talvez, o caminho rumo à loucura seja mais divertido, mais enérgico, com muita adrenalina. E a Tamarineira nunca foi tão atraente e disputada.

*Por Ariane Cruz

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A temida hora do recomeço


“Tomorrow could be too late”, diria Dolores O'Riordan, cantora de The Cranberries. E eu ouvi isso várias vezes, até chegar o momento em que, de fato, fez sentido, ao menos pra mim. Aos 25 anos, não tenho mais paciência, tempo, desejo, necessidade de esperar por amanhã. E muito menos por um ano, ou mais. Ou é hoje, ou não é. Porque com todo mundo parece ser simples e fácil assim e comigo tem que ser enrolado, difícil e complicado de acontecer? Então, que não aconteça. Uma força maior impede e, certamente, me protege, desejando que isso não se concretize. E eu me reduzo aos meus 25 aninhos e deixo essa força agir, certa de que o melhor chegará para mim. Se não chegar o melhor, vem, novamente (rs), o pior, algumas experiências tenebrosas, umas lágrimas aqui, umas noites mal dormidas acolá. Mas muita, muita esperança. Vontade de viver. De superar. E, principalmente, de aprender. Com os meus erros, com o que insisto em fazer sem pensar, só sentindo. Infelizmente, o mundo é um pouquinho mais cruel do que nós pensamos/queremos/planejamos, e sentimentalismo é visto da maneira mais pejorativa possível. O negócio é ser racional, seco, frio, inabalável. Mas ‘quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?’ Ele pode ser cego, meio abestalhado, às vezes, e, inclusive, insistente, mas burro, não. Sabe exatamente o que quer, e porque quer. Geralmente, é difícil entender as escolhas do danado...parece que só escolhe o mais complexo e menos acessível. Menos disponível também, né? Mas se a gente pudesse mandar nele, perderia toda a graça, sentido e magia da coisa. Tem que sofrer um pouquinho, sentir o amargo do amor não-correspondido, a dor da espera que parece ser eterna. Só assim, acredito, quando aparecer o príncipe, que não virá em um cavalo branco, muito menos naqueles lindos trajes reais, saberemos dar a ele o devido valor. Até lá, vamos vivendo, com muita compaixão e, claro, com uma felicidade clandestina, mas sincera e real. Nada no mundo dos sonhos. Ilusão faz parte, mas precisa ter limite. Aliás, é uma das poucas coisas nesses jogos de amor que não pode ser ilimitada. Porque esperança, amor, carinho, saudade, vontade, paixão e fé, essas não podem ter hora nem lugar pra acabar. Precisam, de verdade, de uma longa estrada, linda, florida, ou de um terreno bem cuidado, para crescer e, assim, render bons frutos e sentimentos. Porque, como já diria um lindo texto que li um dia desses, amor é para poucos. Nem todo mundo consegue se entregar, gostar e amar, de fato, uma pessoa. E viver, eternamente, com um pé atrás não dá pra mim não. Repito: ou é ou não é. O tal do sentimentalismo exige radicalismo, e é assim que funciona. 

*Por Ariane Cruz