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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cortesia gera Cortesia



Semana passada, li um livro que foi escrito por uma irmã no século XIX sobre CORTESIA. Depois de ter sido um sucesso na época, a obra foi atualizada e revisada por suas alunas, que trouxeram para o século passado os ensinamentos de sua cortês professora. Pois bem. Agora lhes falo porque inicio, às 9h da manhã de uma segunda-feira, um pequeno texto sobre essa palavra que traz tantas consequências positivas para quem a detém. Apanhei um ônibus perto de casa cujo destino seria não mais que cinco paradas adiante. Ao dar bom dia ao motorista - que não me respondeu de volta - fui pedir à cobradora que girasse a catraca, eu lhe pagaria e ficaria ali mesmo, pois desceria em breve. E foi aí que me lembrei do livrinho de 108 páginas: Com total ausência da cortesia naquele momento, fui recebida com grosseria e mau humor, mas decidi não discutir. Ao sentar em um dos assentos vazios, olhei para a cobradora cuja getileza estava muito bem escondida em algum lugar e comecei a matutar. Lembrei-me dos meus muitos estágios pelos quais passei e de pessoas diversas com as quais tive a oportunidade de conviver por muito ou pouco tempo: gente humilde, gente podre de rica, gente culta, gente preguiçosa, e com muitas outras qualidades - ou defeitos - que se possa imaginar. Costumava dizer às pessoas que aqueles mais humildes são os que mais me faziam bem, com quem mais eu gostava de conversar e os que mais me proporcionavam carinho e cordialidade. Achava que talvez a cortesia tinha a ver com posição na empresa ou classe social. Os mais pobres sempre me tratavam com uma naturalidade amiga que não existia na maioria dos gerentes e afins. E, por causa das experiências que tive com pessoas de todos os níveis, continuava tendo essa opinião, pois nunca tinham me mostrado o contrário. Até hoje. Não é preciso ter dinheiro, vestir-se bem ou ser culto para mostrar cordialidade e nem ter muito menos da metade no bolso do que o seu superior tem para ser cortês: a cortesia vem do caráter. E caráter, meu amigo, não depende de dinheiro, de interesse, de posição social ou de ter um Audi R8 na garagem de casa. Caráter vem de dentro e, talvez, dependa de uma única coisa que você pode ou não ter tido durante a sua vida, dentro ou fora de casa: educação. Talvez! Porque, nem sempre é o que nos faz ter caráter e ser gentil. Alguns podem até pensar: "Mas as pessoas que são cordiais e gentis têm seus momentos ruins, talvez elas não tenham tido um comecinho de manhã tão boa ou devem ter passado por algum momento infeliz no fim de semana." Concordo, somos seres humanos, de carne e osso e, portanto, temos nossos momentos delicados. O que se deve fazer, porém, é pensar: o que Fulano ou Beltrano tem a ver com os meus problemas e, principalmente, se eles estão sendo corteses comigo? Gente, eu não sou de ferro, já deixei muitas pessoas tristes por atos cometidos devido a alguma insatisfação própria com a vida, mas eu reconheço que está errado. O que lhes vou falar agora é clichê, mas cabe perfeitamente aqui: A vida é um espetáculo em que não existe ensaio. Caiu, levanta e segue em frente. Falou, machucou, seja humilde, peça desculpas e siga, não vai ter volta. Mas é justamente durante as cenas inéditas e sem volta que aprendemos a viver. Aprender que, ao longo de nossa existência, passaremos por maus bocados, mas não é por isso que devemos ser ignorantes e se utilizar da grosseria para descartar em pessoas que estão ali para, no mínimo, desejar-lhes um bom dia. Vá por mim: cortesia gera cortesia e isso, reitero, não tem nada a ver com o que você faz ou deixe de fazer: tem a ver com o que você É.

*Por Ana Luíza Madeiro

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